quinta-feira, 21 de maio de 2009

Blog - Genética !

















(Mayana Zatz)

Nós do Blog Pré Biólogos, em função de buscar maiores recursos para o aproveitamento e aprendizado em realação a biologia, descobrimos algo que irá auxiliar e muito a nossa função.
Achamos recentemente, no site da Veja.com, uma link destinado apenas para Genética. Este link, que seria um blog, é coordenado e escrito pela bióloga molecular e geneticista brasileira, professora do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e que desde 2005, exerce o cargo de pró-reitora de pesquisa da USP, Mayana Zatz.

Esperamos que aproveitem muito com essa grande descoberta.

Link Blog Genética Veja.com :
Pré Biólogos.
Caros leitores do blog Pré Biólogos,
Pedimos perdão pela má organização dos gráficos que foram colocados em relação a pesquisa com a população.
Para maior facilidade de acesso, resolvemos disponibilizar um link onde, estará a pesquisa e logo em seguida o gráfico, para o maior compreendimento do mesmo.
Pré Biólogos.
Link: Pesquisa com a população juntamente com os gráficos:

Gráfico de pesquisa - 6


Gráfico de pesquisa - 5


Gráfico de pesquisa - 3 e 4

Gráfico 4 :













Gráfico 3:


Gráfico de pesquisa - 2


Gráfico de pesquisa - 1


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Entrevista com a população



















Entrevistamos em São José dos Campos - SP, 50 pessoas, e perguntamos o seguinte:

1- O que são células - tronco?

1-) Células simples, ou seja, como as em maior quantidade no corpo.
2) Células de um tronco de árvore.
3) Células que podem constituir a maioria dos órgãos do corpo.

Gráfico:
3- A igreja católica aprova a pesquisa com células-tronco?

1-) Sim
2-) Não frequento a igreja.
3-) Não
4-) Não souberam ou não quiseram responder

Gráfico:
4- Você acha que a pesquisa com células-tronco é uma boa coisa?

1-) Sim
2-) Não
3-) Não faz diferença alguma

Gráfico:
Gráfico:

6- Você apóia a pesquisa com células-tronco?

1-) Sim

2-) Não

3-) Não souberam ou não quiseram responder

Gráfico: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiDMo_QCL6n4uQ-TgqxZbXaSuxWgBc5DbpaK1UylDi9crKKYK_s22QqklJ4q4PAeWU0v4IJPuGRv-Lk63TVwdBR7oapl-pqxkyd0NNIQYFrq_kzuYrTU6-s0EDHNgnMtD9Opu94ndmIJTx/s1600-h/Grafico+6.JPG

Entrevista - Introdução - Células Tronco



Nós do grupo Pré Biologos estamos aqui para explicar um pouco sobre qual é o sentido das entrevistas abaixo. Primeiramente o nosso maior objetivo, além de complementar um trabalho escolar, é que, vocês, leitores e leitoras, aprendam cada vez mais sobre o polêmico assunto : Células-tronco. As entrevistas irão mostrar a vocês a grande diferença e a igualdade de opiniões entre grandes poderes da nossa sociedade, tanto sendo religioso quanto científico.

Esperamos que gostem e aprendam.

Atenciosamente,

Pré Biólogos.

Entrevista - Pastora Márcia Francelino - Células Tronco




Tema: Células Tronco



Entrevista feita exclusivamente para o blog Pré Biólogos com a Pastora Márcia Francelino.



Entrevistador: O que você entende por células- tronco?



Pastora: São células que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras. Essas células têm ainda a capacidade de se transformar num processo conhecido por diferenciação celular em outros tecidos do corpo como ossos, nervos, músculos, e sangue. Devido a essa característica, as células tronco são importantes, principalmente na aplicação terapêutica, sendo potencialmente úteis em terapias de combate a doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes tipo 1, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e neuropatias.



Entrevistador:O que você acha da sua utilização?



Pastora: O principal objetivo das pesquisas em células-tronco é usá-las para recuperar tecidos danificados por essas doenças e traumas citados na questão anterior. Essas células são encontradas em células embrionárias e em vários locais do corpo, como no cordão umbilical, na medula óssea, no sangue, no fígado e no líquido amniótico. Eu acho que se for utilizada em função da saúde e de acordo com o objetivo principal, principalmente a de tecidos já adultos e não embrionários, muitas vidas poderão se salvas com esse processo.



Entrevistador: Você aceita os estudos ? Por quê?



Pastora: Aceito a sua utilização desde que coletadas nas formas descritas anteriormente, ou seja, extraídas das células estaminais adultas que são encontradas nos diversos tecidos como na medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta. Ainda que exista a extração a partir de células embrionárias, mas não tenho muita informação de como isso é feito.



Entrevistador: Você acha que isso vai dar certo? Que ela vai ser a nova cura de várias doenças realmente?



Pastora: Acredito que Deus deu inteligência ao homem para salvar vidas através das ciências, das tecnologias, entre outros.
Portanto cabe ao homem procurar compreender, pesquisar, estudar o corpo físico e buscar cura para doenças a fim de prolongar esse presente que Deus nos deu que é a vida, desde que o faça de uma forma consciente e honesta e com objetivos nobres e altruístas e não com ganância e corrupção, visando fazer o mal, ou buscando interesses inescrupulosos.
Segundo os cientistas é a promessa para a medicina do futuro.



Entrevistador: Você acha que o governo está certo em apoiar?



Pastora: Sim, acho que o papel do governo é apoiar as pesquisas em busca de tratamento para doenças tão terríveis, mas também tem o papel e a obrigação de fiscalizar essas pesquisas para não saírem do objetivo principal e serem usadas com fins escusos.




Entrevista Imperdível - Religioso Espírita - Células Tronco




Tema: Células-Tronco



Entrevista exclusiva feita com o religioso espirita Julio Isao, especialista no assunto.



Entrevistador: O que você entende por células tronco?


Julio: Célula tronco é a definição que damos as células que ainda não tem uma especialidade e possuem capacidade de se adaptarem a qualquer tecido do corpo, para ficar mais claro, vamos dizer que todas as células do corpo humano possuem uma especialização, temos células de pele, de ossos, de rins etc, mas as células tronco ou células mães ainda não se decidiram em qual sistema irão trabalhar, motivo pelo qual elas podem estar se adaptando a qualquer sistema do organismo, neste processo elas se dividem e dão origem a novas células especializadas, exemplo uma célula tronco que é colocada no local de uma célula da pele (sistema epitelial) tem capacidade de gerar novas células epiteliais e assim por diante.
Encontramos uma grande quantidade de células tronco nos primeiros estágios de desenvolvimento fetal (primeiras semanas após a concepção), no cordão umbilical do recém nascido e em pequena quantidade ser já em desenvolvimento.
Existem cientistas que afirmam que somente as células tronco fetais é que tem a total capacidade de adaptação celular, outros por sua vez afirmam que as células encontradas no cordão umbilical possuem as mesmas capacidades. Ainda não temos estudos definitivos que consiga afirmar qual das duas linhas está certa.
Para compreender estas duas linhas, precisamos analisar o que tange ao momento em que se define o início da vida, neste item temos duas correntes: a 1º afirma que a vida começa no momento da fecundação, ou seja, quando o espermatozóide fecunda o óvulo, transformando em zigoto, a 2º linha afirma que a vida começa com a nidação, ou seja, a fixação do ovo (zigoto) fecundado na parede do útero. Esta discussão tem lugar, pois a nidação se dá em geral após o 11º dia da fecundação, se assim compreendermos o início da vida, então não há que se falar em morte do feto para a coleta de células tronco, caso contrário, então afirmamos que é provocado um aborto para a coleta do material celular. Novamente afirmamos que este ponto não está pacificado no entendimento médico e jurídico de nosso País.
Este é outro ponto polêmico da terapia com células tronco, que é levantada principalmente pelas religiões.



Entrevistador: Qual é o seu pensamento sobre elas?



Julio: Pessoalmente acredito que a ciência tem que aprender a manipular estas células para conseguir desenvolver terapias mais efetivas para os problemas humanos, mas vejo nas células retiradas do cordão umbilical a fonte de coleta para abastecer estas pesquisas, sem a necessidade de se fecundar um ovo e suspender o processo de desenvolvimento humano nele. A nossa própria Constituição Federal resguarda os direitos das pessoas deste a “concepção”, e meu lado religioso crê no início da vida no momento da fecundação.A que se observar também, o risco de se reiniciar uma nova onda de eugenia, ou seja, a limpeza para a obtenção de uma raça pura e melhor, o processo evolutivo natural é simples e pratico para este fim.



Entrevistador: Você a aceita? Explique.



Julio: Como disse acima, aceito a terapia com células tronco deste que retiradas do cordão umbilical, caso contrário, estamos aceitando a liberação do aborto.



Entrevistador: Você acha que isto irá dar certo?



Julio: Como todo conhecimento cientifico, existe uma fase de experimentação e pré conhecimento, até que consigamos dominar esta técnica, inevitavelmente cometeremos muitos equívocos, mas as expectativas são grandes e promissoras.



Entrevistador: Você acha que o governo está certo em apoiar?



Julio: Certamente que o governo tem que apoiar e fiscalizar, não podemos deixar que cientistas inescrupulosos manipulem a vida com o intuito apenas de ganhar dinheiro, todo o processo tem que ser direcionado para um fim maior, que é a melhoria de qualidade de vida do cidadão.
Falta-nos ainda, é uma ampla discussão com todos os segmentos da sociedade e do governo, para que o conhecimento seja disseminado e com isso tenhamos melhores condições de auxiliar nesta fase de descoberta.
A fiscalização, a legislação e os mecanismos que o governo dispõe são antiquados e geram um desgaste muito grande, precisamos acompanhar o processo cientifico mais próximo.

Entrevista Exclusiva - Células Tronco

Tema: Células-Tronco



Rápida entrevista e exclusiva para blog Pré Biólogos realizada com a Professora Doutora em Biologia Marinha, Carolina Minte Vera Souza



Entrevistador: O que você entende por células tronco?


Carolina: São células que possuem o potencial de se transformar em qualquer célula de qualquer tecido do nosso corpo.


Entrevistador: O que você acha da utilização?


Carolina: Sua utilização é fundamental para se encontrar a cura de varias doenças degenerativas, é fundamental que se estudem essas células.


Entrevistador: Você aceita os estudos sobre células-tronco?


Carolina: sim, pois pelo contrario do que as religiões dizem você esta utilizando um pedaço de vida para salvar outra vida.


Entrevistador: Você acha o avanço em pesquisas com humanos e testes irão dar certo?


Carolina: Tanto nos estudos quanto nas pesquisas com humanos sempre temos acertos e erros se der errado foi uma tentativa e com certeza tiraremos proveito do erro, e um dia acertaremos.


terça-feira, 21 de abril de 2009

Como é no mundo - Células Tronco

Ainda não há consenso quanto ao seu uso. Conheça a posição de alguns países

Canadá : permite o uso de linhagens já criadas e também a extração de embriões que serão descartados.


Estados Unidos: Há verbas federais para pesquisas com linhagens criadas até 2001. Atualmente os testes com as células tronco estão avançando cada vez mais.


Israel, Japão, Cingapura e China: Nestes países a lei é bem liberal. É permitida inclusive a criação de embriões por meio da técnica de transferência de núcleo ( o matérial genético de uma célula é extraído e transferido para um óculo do qual o DNA foi previamente retirado)


Itália: Não liberou qualquer estudo com células embrionárias

terça-feira, 7 de abril de 2009

Por: celula-tronco.com - Células Tronco

Embrião humano na fase de blastocisto, do qual se extraem as células-tronco embrionárias


O que são:

As células-tronco são células primárias encontradas em todos os organismos multicelulares que retêm a habilidade de se renovar pode meio da divisão celular mitótica e podem se diferenciar em uma vasta gama de tipos de células especializadas. As pesquisas no campo das células-tronco humanas se expandiram após estudos realizados pelos canadenses Ernest A, McCulloch e James E. Till na década de 1960.



Categorias:


As três categorias de células-tronco são:


-- Células-tronco embrionárias -- derivadas de blastócitos

-- Células-tronco adultas -- encontradas em tecidos adultos


-- Células-tronco da medula osséa
No embrião em desenvolvimento, as células-tronco podem se diferenciar em tipos de tecidos especializados. Em organismos adultos, as células-tronco e as células progenitoras atuam como um sistema de reparo para o corpo, tornando a repovoá-lo de células especializadas. Como as células-tronco podem rapidamente crescer e se transformar em células especializadas com características consistentes com células de vários tecidos, como músculos ou nervos, seu uso nas terapias médicas tem sido proposta.
Em particular, as linhagens de células-tronco embrionárias, as células-tronco embrionárias originárias de clonagem terapêutica e células-tronco adultas do cordão umbilical ou da medula óssea são candidatas promissoras.


Potenciais:


O potencial das células-tronco especifica a sua capacidade de diferenciação (de se transformar em tipos diferentes de células)


-- Células-tronco totipotentes -- produzidas da fusão de um óvulo e um espermatozóide. São um produto das primeiras divisões do óvulo fertilizado. Essas células podem se diferenciar em células embriônicas e extraembriônicas


-- Células-tronco pluripotentes -- descendentes das células totipotentes, podem se diferenciar em células derivadas de três camadas de germes


-- Células-tronco multipotentes -- essas estruturas podem produzir apenas células de uma família restrita de células (por exemplo, as células-tronco hematopoiéticas se diferenciam em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas etc)

-- Células-tronco unipotentes -- as células podem produzir apenas um tipo celular, mas têm propriedades de autorenovação



Células-Tronco Embrionárias:

As células-tronco embrionárias (ES, pela sigla em inglês) são culturas de células derivadas do tecido do epiblasto da massa interior da célula de um blastócito. Um blastócito é um embrião em seu estágio inicial -- aproximadamente 4 a 5 dias depois da fecundação, consistindo em de 50 a 150 células.
As ES são pluripotentes e podem se desenvolver em mais de 200 tipos de células do corpo adulto, quando recebem o estímulo necessário. Elas não contribuem com as membranas extraembriônicas ou a placenta. Quando não recebem estímulo para a diferenciação, continuam se dividindo em cultura e cada célula produzida permanecerá pluripotente. Já se passaram 20 anos de pesquisas e não há tratamento aprovado ou testes em humanos para células-tronco embrionárias.


Células-Tronco Adultas:

As células-tronco adultas são células indiferenciadas encontradas no corpo e que se dividem para repovoar células moribundas e regenerar tecidos danificados. Também conhecidas como somáticas, podem ser colhidas em crianças e em adultos. Uma grande vantagem da pesquisa com células-tronco adultas é a capacidade que elas têm de se dividir ou se autorenovar indefinidamente, além de seu potencial de diferenciação.
Enquanto o potencial com células-tronco embrionárias permanece teórico, os tratamentos com células-tronco adultas já são usadas com sucesso para tratar muitas doenças. O uso de células-tronco em pesquisas e terapia não é controverso como o das células-tronco embrionárias, pois a produção dessas estruturas adultas não demanda a destruição do embrião. Importantes avanços têm sido feitos nos tratamentos do mal de Parkinson, diabates juvenil e lesões na medula.

sábado, 4 de abril de 2009

Implicações Éticas - Células Tronco



Opinião dos cientistas:

Os cientistas chocam-se com a opinião da religião, pois para eles, a formação materialista, que, em geral, possuem uma visão utilitarista, o embrião não é uma pessoa. É apenas um agrupamento de células (blastócito), que, por não serem, até o quinto dia, diferenciadas, e por não ter-se desenvolvido o sistema nervoso, não é uma pessoa.

A visão ética segundo a bíblia:

O embrião já é uma pessoa. “Diante disso, não se pode banalizar a vida, mesmo de um ser em potencial, ainda não plenamente formado, no ventre de uma mulher. É preciso que o sentido sagrado da vida seja respeitado por todos os homens, em todos os tempos, lugares e situações”...
Produzir embriões, que são pessoas, para escolher apenas um, e descartar outros, é ação que contraria os princípios éticos emanados da palavra de Deus, consubstanciada na Bíblia Sagrada.

Questões éticas levantadas pela religião:

Para o cristão, no entanto, a pessoa começa a existir no momento da fecundação, ou da fertilização do óvulo, que se transforma em ovo, ou zigoto. A partir daí, na visão dos que seguem a ética cristã, já existe uma pessoa, que não pode ser manipulada, pois deve ter sua individualidade respeitada.
A Igreja Católica opõe-se firmemente ao uso das células embrionárias nas pesquisas, por ferir a ética e a moral cristã. São frutos de fecundação artificial, na gravidez assistida, em que vários embriões são experimentados, na fecundação do óvulo. Somente um é aproveitado. Os outros são descartados, congelados, ou jogados no lixo. E isso é contrário ao valor absoluto da vida. Os embriões descartados são semelhantes aos fetos abortados, pois, neles, já há um indivíduo em formação, mesmo um “individuo extremamente jovem”,

Artigo - Dr. Roberto Corrêa Chem - Células Tronco



Fundamentos Teóricos

Após a fecundação, a célula formada é denominada zigoto. O zigoto é uma célula totipotencial, ou seja, tem a capacidade de originar todo o indivíduo, com a sua complexa estruturação diferenciada.
Depois das primeiras divisões celulares, as células resultantes são também totipotenciais. Se estas células se separarem, a continuidade de desenvolvimento de cada uma independentemente dará origem a gêmeos idênticos ou univitelinos, provando sua totipotencialidade.
No decorrer da embriogênese, na medida em que ocorrem sucessivas mitoses vai se formando um conjunto celular denominado blastocisto. O grupamento celular central deste conglomerado apresenta células com capacidade de gerar qualquer outra célula, e por isto são consideradas pluripotenciais.
A diferença essencial entre uma célula totipotencial e outra pluripotencial é o fato de que a primeira (totipotencial) poderia até originar um novo indivíduo, enquanto que a segunda (pluripotencial) não teria essa capacidade. Ambas, têm a capacidade de gerar qualquer outra célula.
Tanto as células totipotenciais como as pluripotenciais são células-tronco. Durante o desenvolvimento embrionário elas serão as células-tronco embrionárias. Por outro lado, no indivíduo adulto, as células que mantêm as características pluripotenciais são as células-tronco adultas.
Na atualidade, a identificação, a separação, o isolamento e a cultura das células-tronco já é uma realidade. Este fato permite que se possa inferir seu aproveitamento terapêutico.
O uso de células-tronco adultas seria definido como a retirada de um grupo de células-tronco de determinada região do organismo de um paciente e seu aproveitamento no próprio individuo. A medula óssea do individuo adulto é uma zona extremamente rica nessas células e, por isso, freqüentemente usada como fonte de células-tronco transplantadas para o mesmo indivíduo.
Quanto ao uso de células-tronco embrionárias, várias discussões podem entrar em cogitação. Nesta situação, a retirada das células é realizada em embriões com poucos dias de desenvolvimento. Esta retirada é feita na maioria das vezes com o sacrifício do embrião, o que estabelece um dilema ético. Grandes discussões têm sido realizadas sobre este dilema. Grupos religiosos, de especialistas em ética e de cientistas estão há bastante tempo discutindo de maneira mais ou menos veemente este problema. O sacrifício do embrião doador destas células totipotenciais, ou mesmo pluripotenciais, cria uma situação extremamente delicada e de difícil consenso.
Por estas razões apontadas, esta revisão do possível aproveitamento dessas células, a partir desse momento passa a ser exclusivamente direcionada ao estudo das células-tronco adultas. Como foi afirmado anteriormente, as células-tronco adultas estão distribuídas em várias regiões do organismo, e mantêm sua potencialidade reprodutiva.
Reiterando essa afirmativa: como estas células mantêm esta capacidade durante toda a vida do individuo, a qualquer momento poderiam tornar-se utilizáveis em relação à necessidade de seu aproveitamento em um determinado processo regenerativo. Na medula dos ossos longos existe um nicho de células-tronco com constância e em quantidade suficiente para aproveitamento. Por outro lado, a retirada destas células pode ser realizada com relativa facilidade por uma punção de osso ilíaco. Em laboratório estas células podem ser separadas por centrifugação, e pipetagem.
Uma vez separadas, estas células pluripotenciais são injetadas de novo no organismo. Por sua pluripotencialidade elas têm a capacidade de migrar pela corrente circulatória, e aderir em zonas onde haja a necessidade de reparação. Inicia-se então um processo regenerativo cuja magnitude está sendo clareada no momento atual.
Perspectiva de Aproveitamento Clínico

Neoangiogênese: A formação de novos vasos sangüíneos a partir do uso de células-tronco está sendo cada vez mais evidenciada. Em revascularização de retalhos existem vários trabalhos pioneiros em andamento. No Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre, coordenado pela equipe da disciplina de Cirurgia Plástica da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, está aprovado pela CONEP um trabalho pioneiro de revascularização de retalhos com a utilização de células-tronco.

Cardiologia: A equipe da UFRJ desenvolve, também, trabalhos na linha de tratamento de cardiopatias, em parceria com o Hospital Pró-cardíaco, no Rio de Janeiro. Nesses estudos, foram realizados os transplantes de células-tronco adultas em 20 pacientes que aguardavam o transplante cardíaco. Do total de transplantados, 16 pacientes foram estudados por um longo prazo, demonstrando que a terapia celular trouxe consideráveis melhoras clínicas.

Neurologia: Em 2002, foram apresentados resultados de experimentos em ratos adultos, com células-tronco isoladas do sistema nervoso central transplantadas, que apontaram a possibilidade de tratamentos futuros para doenças neurodegenerativas. Outras linhas de pesquisa com células-tronco também apresentam resultados promissores, entre elas a do tratamento de lesões traumáticas em que se utiliza uma injeção local de células-tronco medulares. Um estudo feito pela equipe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), conseguiu recriar impulsos elétricos entre a região lesada e o cérebro, pela aplicação de células-tronco medulares.

Ortopedia: As aplicações das células-tronco estendem-se, também, à engenharia biotecidual, que utiliza o rápido potencial de crescimento apresentado pelas células-tronco para a obtenção de tecidos, tais como ossos, pele e cartilagem, que são cultivados e reimplantados nos pacientes em casos de lesões. Este procedimento já é realizado no Hospital das Clínicas da UFRJ, pela equipe do pesquisador Radovan Borojevic. A equipe trabalha também em estudos envolvendo o tratamento de grandes lesões ósseas, as quais não têm possibilidade de regeneração espontânea. Nesses casos, são utilizadas células-tronco medulares injetadas em matrizes ósseas humanas, que permitem que as células-tronco se diferenciem em células ósseas, promovendo a regeneração do tecido lesado.

Endocrinologia: Estudos têm sido realizados em pacientes com diabete tipo 1. Essa doença é causada pela redução de disponibilidade ou perda de sensibilidade à insulina, hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue e é secretado pelo pâncreas. A partir de células pancreáticas de órgãos doados, os pesquisadores conseguiram a maturação in vitro de células-tronco de ilhotas. Dos 38 pacientes que se submeteram ao transplante, após um ano, 33 estavam livres da terapia com insulina. São relatos isolados, entretanto de extraordinária importância se for analisada a possibilidade de cura dessa doença. Fica clara a necessidade de cautela no entendimento destas extraordinárias possibilidades de uso.

Projeções Futuras

No Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre, coordenado pela equipe da disciplina de Cirurgia Plástica da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, foi criado um projeto de estudos continuados sobre células-tronco. Denominado GESC (Grupo de Estudos Stem Cells), o grupo tem uma periodicidade quinzenal de reuniões, onde são realizados seminários sobre o assunto. A presença da pesquisadora e internacionalmente conhecida Profª Dra. Nance Nardi, como integrante e orientadora do grupo, tem permitido importante evolução do conhecimento na área. Os planos incluem um centro de pesquisa clínica e de difusão do conhecimento sobre células-tronco.

Artigo - Rosalia Mendez-Otero - Células Tronco

Células-Tronco: Dilemas e Perspectivas no tratamento de doenças neurológicas
Rosalia Mendez-Otero

Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ, CCS,
Bloco G, Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ

Até recentemente acreditava-se que o Sistema Nervoso Central (SNC) adulto não tinha capacidade de regeneração após sofrer lesões ou injurias e as funções exercidas pelas células ou processos lesados estariam irreversivelmente perdidas. Estudos recentes mostraram que os axônios do SNC apresentam uma certa regeneração mas a ausencia de fatores tróficos no adulto e a presença de fatores não permissivos decorrentes da lesão impedem o sucesso desta regeneração. Além disto, foi mostrado que novos neurônios são gerados em regiões restritas do SNC durante toda a vida do indivíduo e estas observações abrem possibilidades interessantes de aplicações clínicas. No entanto, a regeneração axonal e a neurogenese no adulto não são suficientes para regenerar amplas lesões no SNC ou para impedir a perda neuronal em doenças cronico degenerativas do SNC (para revisão, Mendez-Otero et al., 2005). Mais recentemente tem se investigado a possibilidade de substituir neurônios perdidos através do uso de terapias celulares com células tronco (CT).

CT são células capazes de auto-renovação e diferenciação em múltiplas linhagens e podem ser obtidas de diversas fontes como blastocistos, fetos ou tecidos adultos. Em vertebrados, o zigoto é a célula tronco totipotente, capaz de gerar todas as células do organismo, além das células que suportam o desenvolvimento do embrião no útero. A partir do blastocisto é possível isolar linhagens de células tronco embrionárias pluripotentes que, dependendo das condições de cultura, podem ser mantidas por períodos prolongados no estado indiferenciado ou podem ser diferenciadas em células de diversos tecidos incluindo neurônios, astrócitos e oligodendrócitos (McKay, 2004). A primeira linhagem de células tronco embrionárias humanas foi estabelecida em 1998 (Thomson et al., 1998) e desde então inúmeros estudos vem sendo realizados em diversos paises e incluem estudos básicos e pré-clínicos com estas células em modelos experimentais de diferentes doenças. No entanto, em alguns estudos nestes modelos animais, tem sido relatado que as células transplantadas se desdiferenciam e formam teratomas, isto é, um tumor com tecidos originados de diferentes folhetos embrionários. Estes fatos fazem com que seja necessário realizar mais estudos em modelos animais até que se possa ter segurança de que as células embrionárias transplantadas não se diferenciarão em outros tecidos diferentes daqueles desejados com a terapia (Weissman, 2000)..
No Brasil, só em 2005 foi aprovada a lei de Biosegurança que regulamenta o uso de células tronco embrionárias e só a partir desta data foi possível o início dos primeiros estudos básicos com estas células. Além disto as pesquisas básicas, pré-clínicas e clinicas com células tronco embrionárias ou adultas no Brasil dependem de financiamento público uma vez que a lei brasileira nào permite patentear linhagens celulares ao contrário do que ocorre nos EUA. A possibilidade de patentear linhagens de células tronco embrionárias e o possível uso terapeutico das mesmas fez com que várias empresas de biotecnologia tenham investido muitos recursos no estudo destas células em paises tais como os EUA. A análise destes fatos sugere que, no Brasil, a curto e médio prazo, terapias celulares com células tronco embrionárias não estarão disponíveis ao contrário do que está sendo anunciado nos EUA aonde se preve, que no próximo ano, estudos clinicos utilizando estas células já estarão em andamento.

As células tronco adultas são células indiferenciadas presentes em um tecido diferenciado. Estas podem ser obtidas do sangue do cordão umbilical, da medula óssea ou de outros tecidos do indivíduo adulto. Estas células são capazes de auto-renovação durante toda a vida do organismo e já foram identificadas em diversos órgãos e tecidos incluindo o sistema nervoso. As células tronco adultas são raras e difíceis de identificar e purificar. Além disto, estas células proliferam mais lentamente do que as células tronco embrionárias. Esta pequena capacidade proliferativa das células tronco adultas se torna uma vantagem para uma utilização terapeutica das mesmas uma vez que diminui muito a probabilidade de formação de tumores a partir destas células. Uma outra vantagem na utilização de células tronco adultas é que na maioria dos casos as mesmas são obtidas do proprio paciente o que elimina possíveis questões éticas, legais e ainda a possibilidade de rejeição pelo paciente das células transplantadas.

Em modelos animais as terapias celulares com células de medula óssea reduziram as perdas funcionais em modelos de isquemia no coração e em modelos de isquemia cerebral (Olivares et al., 2004; Chopp and Li, 2002). Apesar do efeito benéfico destas terapias nos modelos animais, o mecanismo de ação destas células é ainda uma grande controversia e é objeto de investigação em diversos laboratórios. A hipótese inicial era de que estas células apresentavam uma grande plasticidade e poderiam se diferenciar em células do tecido a ser tratado. Evidências mais recentes sugerem que esta plasticidade é menor do que se supunha e de que o papel terapeutico destas células deve envolver outros mecanismos (Terada et al., 2002). Um dos possíveis mecanismos que tem sido propostos sugere que as células transplantadas poderiam liberar na região lesada fatores tróficos e/ou fatores moduladores de fenômenos inflamatórios que que podem estimular e a capacidade de regeneração do tecido doente (Chopp and Li, 2002).
No Brasil, a grande maioria dos estudos básicos e pré-clinicos e clínicos com células tronco utilizam células tronco adultas. Mais especificamente, os protocolos clínicos que foram realizados ou estão em andamento utilizam células tronco adultas provenientes da medula óssea do próprio paciente para tratar doenças cardiovasculares e neurológicas (Perin et al., 2004; Furtado-de-Mendonça et al., 2005).

Em resumo, as perspectivas de estabelecer terapias celulares para tratar tecidos lesionados com pequena capacidade de regeneração são promissoras. Os estudos clínicos com células tronco de medula óssea para tratar algumas doenças cardiacas e neurologicas tem apresentado resultados muito animadores.
No entanto, é necessário que mais estudos básicos, pré-clinicos e clinicos sejam incentivados para elucidar os aspectos ainda não explorados destas células, o mecanismo de ação e o possivel papel terapeutico em outras pacientes com outras afecções. Apesar destes resultados animadores é importante que se iniciem no pais estudos básicos e préclinicos com células tronco embrionarias que poderão representar uma fonte importante de células para fututras terpias celulares.

Jogo rápido com Alexandra Vieira - Células Tronco



Para explicar o que é e para que serve a célula-tronco, entre outros temas, Alexandra Vieira, farmacêutica e bioquímica, pesquisadora da Fundação Zerbini/INCOR, em São Paulo, concedeu esta entrevista exclusiva.

Questionador: O que são células-tronco?

Alexandra: De forma bem simplificada, células-tronco são células primitivas, produzidas durante o desenvolvimento do organismo e que dão origem a outros tipos de células. Existem vários tipos de células-tronco: 1. Totipotentes - podem produzir todas as células embrionárias e extra embrionárias; 2. Pluripotentes - podem produzir todos os tipos celulares do embrião; 3. Multipotentes - podem produzir células de várias linhagens; 4. Oligopotentes - podem produzir células dentro de uma única linhagem e 5. Unipotentes - produzem somente um único tipo celular maduro. As células embrionárias são consideradas pluripotentes porque uma célula pode contribuir para formação de todas as células e tecidos no organismo.

Questionador: Para que servem as células-tronco?

Alexandra: Uma das principais aplicações é produzir células e tecidos para terapias medicinais. Atualmente, órgãos e tecidos doados são freqüentemente usados para repor aqueles que estão doentes ou destruídos. Infelizmente, o número de pessoas que necessitam de um transplante excede muito o número de órgãos disponíveis para transplante. E as células pluripotentes oferecem a possibilidade de uma fonte de reposição de células e tecidos para tratar um grande número de doenças incluindo o Mal de Parkinson, Alzheimer, traumatismo da medula espinhal, infarto, queimaduras, doenças do coração, diabetes, osteoartrite e artrite reumatóide.

Questionador: Onde as células-tronco podem ser encontradas?

Alexandra: Em embriões recém-fecundados (blastocistos), criados por fertilização in vitro - aqueles que não serão utilizados no tratamento da infertilidade (chamados embriões disponíveis) ou criados especificamente para pesquisa; embriões recém-fecundados criados por inserção do núcleo celular de uma célula adulta em um óvulo que teve seu núcleo removido - reposição de núcleo celular (denominado clonagem); células germinativas ou órgãos de fetos abortados; células sanguíneas de cordão umbilical no momento do nascimento; alguns tecidos adultos (tais como a medula óssea) e células maduras de tecido adulto reprogramadas para ter comportamento de células-tronco.

Questionador: Qual é a diferença entre célula-tronco embrionária e célula tronco adulta?

Alexandra: Célula-tronco embrionária (pluripotente) são células primitivas (indiferenciadas) de embrião que têm potencial para se tornarem uma variedade de tipos celulares especializados de qualquer órgão ou tecido do organismo. Já a célula-tronco adulta (multipotente) é uma célula indiferenciada encontrada em um tecido diferenciado, que pode renovar-se e (com certa limitação) diferenciar-se para produzir o tipo de célula especializada do tecido do qual se origina.

Questionador: Por que é bom armazenar o sangue do cordão umbilical da criança?

Alexandra: Porque no cordão umbilical se encontra um grande número de células-tronco hematopoiéticas, fundamentais no transplante de medula óssea. Se houver necessidade do transplante, essas células de cordão ficam imediatamente disponíveis e não há necessidade de localizar o doador compatível e submetê-lo à retirada da medula óssea.

Questionador:As células-tronco podem ajudar na terapia de quais doenças? Como os tratamentos são feitos?

Alexandra: Algumas doenças que seriam beneficiadas com a utilização das células tronco embrionárias são: Câncer - para reconstrução dos tecidos; Doenças do coração - para reposição do tecido isquêmico com células cardíacas saudáveis e para o crescimento de novos vasos; Osteoporose - por repopular o osso com células novas e fortes; Doença de Parkinson - para reposição das células cerebrais produtoras de dopamina; Diabetes - para infundir o pâncreas com novas células produtoras de insulina; Cegueira - para repor as células da retina; Danos na medula espinhal - para reposição das células neurais da medula espinal; Doenças renais - para repor as células, tecidos ou mesmo o rim inteiro; Doenças hepáticas - para repor as células hepáticas ou o fígado todo; Esclerose lateral amiotrófica - para a geração de novo tecido neural ao longo da medula espinal e corpo; Doença de Alzheimer - células-tronco poderiam tornar-se parte da cura pela reposição e cura das células cerebrais; Distrofia muscular - para reposição de tecido muscular e possivelmente, carreando genes que promovam a cura; Osteoartrite - para ajudar o organismo a desenvolver nova cartilagem; Doença auto-imune - para repopular as células do sangue e do sistema imune; Doença pulmonar - para o crescimento de um novo tecido pulmonar.

Mentira e Verdades - Células Tronco



Verdade: O Zigoto (unicelular) já é um ser humano, já possui em seu código genético todas as informações sobre o futuro ser, desde características físicas ( sexo, cor dos olhos, pele e cabelos ) até aptidões ( dom para música, para pintura, por exemplo). "Não se trata, portanto, de um dogma religioso, mas da aceitação de um fato cientificamente comprovado.(...)O ser humano, desde o ovo até o adulto, passa por diversas fases do desenvolvimento (ontogenia), mas em todas elas trata-se do mesmo indivíduo que, continuamente, se auto-constrói e se auto-organiza

Mentira: O embrião que está congelado há mais de três anos é inviável.

Verdade: Temos aqui no Brasil o caso de uma brasileira vivendo que é resultado de embrião que ficou congelado mais de cinco anos. Nos EUA há vários casos de embriões que ficaram congelados por até mais de doze anos e hoje são pessoas normais e saudáveis.

Mentira: As células-tronco adultas ou umbilicais não podem dar esperança para quem sofre de doenças degenerativas porque nunca poderão gerar neurônios. As pesquisas com células-tronco embrionárias têm sido bem-sucedidas e podem dar esperança a muitos que sofrem.

Verdade: As células-tronco adultas têm tido resultados com testes em seres humanos, para o tratamento de 73 (setenta e três) tipos de males, inclusive distúrbios neurais, como o Mal de Parkinson. Os cientistas têm tido sucesso em "reprogramar" as células-tronco adultas para que se comportem como se fossem embrionárias. As células-tronco embrionárias ainda sequer foram testadas em humanos, pois os testes com animais ocasionaram a formação de tumores.

Você sabia...A Realidade - Células Tronco



Você Sabia...

...que dizia-se, à época da aprovação da Lei de Biosegurança no Brasil, que havia no país cerca de 30 mil embriões congelados?

O que você NÃO sabia...

... é que “depois da aprovação das pesquisas com células-tronco de embriões humanos, um levantamento nacional revelou o número de embriões congelados no Brasil. Pouco mais de 3 mil.”

... é que essas 3 mil vidas dariam, no máximo, para dois anos de
pesquisas.

... é que os próprios defensores da pesquisa com células tronco
embrionárias admitem que podem levar no mínimo 5 anos em
pesquisas.


E depois?

Será que há interesses comerciais para se aprovar a clonagem humana como suprimento de material para pesquisa?
Porquê um cientista, perguntado sobre isto desconversa afirmando, “Vamos ver o que vai acontecer, deixa aprovar o projeto”?
Isso é posição científica ou mera curiosidade?


Você Sabia...

...que diz-se que um embrião de 100 células é somente um aglomerado de células?

A realidade...

... é que o óvulo ou o zigoto fertilizado contém todo o material genético necessário à criação do indivíduo, e inclui um código complexo, não repetível, inerente ao indivíduo, com todas as características associadas à pessoa humana.
... é que a mãe somente fornece abrigo, nutrição e oxigênio e não adiciona nada essencial ao desenvolvimento do ser concebido.

Você Sabia...

...que diz-se que apenas se usa para pesquisa com células tronco embrionárias um embrião de 100 células?

A realidade...

... é que para o cultivo in vitro de um embrião de 100 células é necessário que ele seja suportado por uma lâmina (uma fatia finíssima) de embriões bem mais desenvolvidos.
... é que essas lâminas de embriões são “produzidas” no exterior e vendidas no mercado.

Você Sabia...

...que alguém que viesse a ser tratado com células tronco embrionárias teria que tomar imunodepressores pelo resto de sua vida, de modo a evitar rejeições?

A realidade...

... é que com o uso de células tronco adultas, não há perigo de rejeição.
... é que enquanto a fonte de células tronco adultas é enorme (seu próprio corpo as produz) para cada pessoa que tivesse que se submeter a uma terapia com células tronco embrionárias seria necessário que 400 mil embriões fossem sacrificados.

Você Sabia...

...que se alguém não estivesse disposto a tomar imunodepressores por toda a vida para evitar a rejeição de tecidos criados por células tronco com DNA diferentes do seu próprio, teria que autorizar sua própria clonagem?

A realidade...

... é que a clonagem humana nunca teve sucesso.
... é que a ovelha Dolly, clone de outra ovelha, morreu com doenças decorrentes de envelhecimento precoce. Sabia que as extremidades de seus cromossomos eram curtas, exatamente como acontece na velhice?
... é que um experimento sul-coreano usou 242 óvulos para obter uma única linha de células tronco embrionárias.

... é que a doença caracterizada pelo desenvolvimento celular extremamente rápido é o

Você Sabia...

...que se diz por aí que a pesquisa com células tronco embrionárias é desejada pois essas células se desenvolvem com muito maior rapidez que as células tronco adultas?

A realidade...

... é que células tronco adultas são especializadas e as embrionárias são não especializadas.
... é que freqüentemente as células tronco embrionárias transformam-se em tumores, muitas vezes malignos.

Você Sabia...

...que foi publicado uma notícia que um time coreano de pesquisas fez história usando células tronco embrionárias para curar mal de Parkinson em ratos?

A realidade...

... é que quando foi usado tecido fetal anterior a seis semanas para tratar um paciente humano de mal de Parkinson o paciente morreu em conseqüência da formação de pedaços de osso, pele e cabelos no seu cérebro.

Obtenção - Células Tronco


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1 - Obtenção e cultivo das células-tronco mesenquimais de medula óssea

As amostras de medula óssea são obtidas a partir de fêmures de ratos adultos (250 g) da linhagem Wistar. Para cada período de cultivo (cultura nova e antiga) foi utilizado um rato. Os animais são sacrificados por overdose de anestésico (tiopental sódico - Cristália; 3,5 mL/animal ) e têm os dois fêmures dissecados, eliminando os tecidos muscular e conjuntivo associados. Em seguida são feitos dois cortes na região das epífises, removendo-as, possibilitando a entrada da agulha na cavidade medular, onde são injetados 10 mL de DMEM (Dulbeco´s Modified Eagle Medium - GibcoBRL) sem soro.

O material obtido é ressuspenso e centrifugado a 1.500 rpm durante 10 minutos. O pellet é ressuspenso em DMEM sem soro, num volume de cerca de 4 mL e transferido para um outro tubo de 15 mL contendo 4 mL de Ficoll-Paque (densidade 1.077 g/mL - Amersham Biosciences) (diluição Ficoll:meio de 1:1), evitando que as duas fases líquidas se misturem. Centrifuga-se a 2.000 rpm durante 30 minutos à temperatura ambiente. A seguir, coleta-se o anel de células na interface Ficoll-células e as ressuspende em solução BSS respeitando a diluição 1:5 (células:BSS). Centrifuga-se novamente a 1.500 rpm durante 10 minutos à temperatura ambiente, desprezando o sobrenadante. Esse procedimento deve ser repetido mais duas vezes a fim de retirar o excesso de Ficoll, que é tóxico para as células.
Após a última lavagem, o pellet é ressuspenso em 1 mL de DMEM com 20% de soro fetal bovino (SFB – StemCell Technology) e então as células são contadas, utilizando Trypan Blue (GibcoBRL) para acessar a viabilidade das células extraídas. Por final as células são plaqueadas em frascos canted neck com filtro (Corning), de 25 cm2, com 5 mL de meio de cultura composto por DMEM 20% SFB acrescido de 1% de penicilina e estreptomicina (StemCell Technology) e de 4% de L-glutamina (GibcoBRL).
São plaqueadas 1x106 células na cultura mais antiga e 3x106 células na cultura considerada nova. As células foram mantidas em estufa a 37 oC em 5% de CO2 e umidade de 95%. O meio de cultura é trocado a cada 3 ou 4 dias, retirando-se 4 mL do meio acondicionado e substituindo-se por 4 mL de meio fresco.
Quando as células em cultivo alcançavam confluência de aproximadamente 80%, era feita a passagem. Removendo o meio de cultura do frasco, as células mesenquimais aderentes permanecem aderidas ao frasco. Essas células devem ser lavadas com DMEM sem soro para remover o SFB residual e depois incubadas com 1 mL de tripsina e EDTA (StemCell Technology), a 37 ºC até se destacarem (cerca de 4 minutos). Às células já soltas, adiciona-se meio de cultura com 20% de SFB para neutralizar a ação da tripsina. As células são centrifugadas a 1200 rpm por 5 minutos, então o sobrenadante é removido e o pellet é ressuspenso em meio de cultura completo (DMEM + 20% SFB). Essas células podem agora ser divididas em novos frascos de 25 cm2 para cultura. A cultura de células antiga sofreu 4 passagens, sendo que na primeira a concentração foi de 1:4, na segunda, terceira e quarta passagens foi de 1:10. Já a cultura nova permaneceu na passagem 0 até a realização dos experimentos.

Indução de diferenciação - O protocolo de indução da diferenciação das células-tronco mesenquimais em células neurais consiste nas seguintes etapas:
Pré-indução: o meio de cultura é substituído pelo meio pré-indutor, composto por DMEM / 20% SFB e 1 mM de b-mercaptoetanol (Sigma), sendo as células incubadas nessa solução durante 24h.
Indução: posteriormente recebem tratamento com os indutores neurais butil-hidroxi-anizol (BHA / butylated hydroxyanisole - Sigma) (200 mM) e dimetil-sulfóxido (DMSO - Sigma) (2%) em DMEM. A solução de BHA deve ser feita em álcool 70%. Para posterior realização da imunocitoquímica foram adotados dois intervalos de tempo para a indução neural: 24 e 72 horas, após os quais as células são fixadas.

2 - Obtenção e cultivo das células-tronco neurais

As células-tronco neurais são obtidas a partir de encéfalo de embrião E14 e da zona subventricular (SVZ) de adulto, ambos de camundongos da linhagem balb/c. Os animais utilizados são sacrificados por deslocamento cervical.
Tanto os embriões de camundongo E14 quanto o encéfalo de camundongo adulto são depositados em uma placa de Petri contendo PBS com 2% de glicose. A dissecção é feita em uma lupa e o material obtido é transferido para um tubo adicionando-se em seguida 5 mL do meio de cultura suplementado. A seguir o tecido é triturado passando pela pipeta com ponteira de 1.000 mL seguido pela ponteira de 200 mL, até obter-se uma suspensão de células únicas. As células obtidas são quantificadas e a viabilidade avaliada usando Trypan Blue (GibcoBRL).
As células são plaqueadas em frascos T-25 canted neck (Corning) na densidade de 2x105 células por mL em 10 mL de meio de cultura completo. O meio de cultura para as células tronco neurais é composto por 10% de NeuroCultTM NSC Proliferation Supplements (StemCell Technology) e 90% de NeuroCultTM NSC Basal Medium (StemCell Technologies), específicos para murinos. Além disso também deve ser adicionado hEGF (20 ng/mL), FGF-2 (20 ng/mL) e heparina (5 mg/mL). As neuroesferas são centrifugadas a 1.200 rpm por 5 minutos e metade do meio de cultura de cada frasco é trocado a cada 3 ou 4 dias, substituindo por meio de cultura fresco. As neuroesferas formadas são mantidas numa estufa a 37 ºC, com controle de umidade (maior que 95%) e da proporção de CO2 (5%) no ar.

Indução de diferenciação - Primeiramente as neuroesferas devem ser dissociadas mecanicamente – passando-se pelas ponteiras de 1.000 mL e de 200 mL – e plaqueadas em lamínulas de vidro revestidas com poli-lisina e laminina, que promovem a adesão das células. Após terem aderido, permanecem em poços (Multiwell de 12) contendo 1 mL de meio de cultura composto por NeuroCultTM NSC Basal Medium, NeuroCultTM NSC Proliferation Supplements e 2% de soro fetal bovino (SFB) (StemCell Technology), sem fatores de crescimento. As células são mantidas nesse meio de cultura em estufa (37 ºC, 5% CO2, umidade > 95%) por 1 dia, quando inicia-se o tratamento com o meio de indução de diferenciação.
Cada poço recebe uma combinação específica de compostos, adicionados ao meio de cultivo descrito acima (volume final = 1 mL), que induzem diferenciação em determinado tipo celular, como segue adiante:
a) Diferenciação neuronal: adiciona-se ácido-retinóico all-trans (RA) (Sigma) e forscolina (Fsk) (Sigma) em concentração final de 0,1 mM e 5 mM, respectivamente.
b) Diferenciação em astrócito: adiciona-se 50 ng/mL de proteína morfogenética de osso-2 (BMP-2 - R&D System), 50 ng/mL de fator inibitório de leucemia (LIF - Sigma) e 1% de soro fetal bovino (StemCell Technology).
c) Diferenciação em oligodendrócito: adiciona-se 500 ng/mL de IGF-1 (insulin-like growth factor-1 - R&D System).
As células permanecem no meio indutor de diferenciação por 5 dias, que é substituído no terceiro dia.

Histórico - Células tronco Embrionárias



Em 1997 foi anunciado o primeiro mamífero gerado a partir de células somáticas de um indivíduo adulto através da transferência nuclear, a ovelha Dolly. Em sua trilha foram gerados clones de camundongos, bovinos, e porcos, entre outros. Porém, desde 1997 aprendeu-se muito pouco sobre os mecanismos de reprogramação celular que fazem um núcleo já diferenciado, quando introduzido em um óvulo enucleado, reiniciar o programa de desenvolvimento embrionário e dar origem a um ser completo, um clone. Uma coisa aprendemos: que a clonagem como forma de reprodução de mamíferos é extremamente ineficiente. Em geral, as taxas de sucesso até 2002 variam entre 0.4-3% dependendo da espécie e do tipo celular utilizado

Taxas de sucesso da clonagem reprodutiva de mamíferos (adaptado de Yanagimachi R. Cloning: experience from the mouse and other animals. Mol. Cel. Endrocrin.187:241-8, 2002). (†) Animais mortos após o nascimento.
No entanto, Dolly foi um marco na história da ciência, demonstrando pela primeira vez que uma célula já diferenciada era capaz de acessar toda a informação contida em seu genoma e dar origem a todos os tipos celulares encontrados em um indivíduo adulto. Esses mesmos mecanismos podem ser utilizados para a geração de tecidos específicos desse indivíduo, um processo chamado de clonagem terapêutica. Na clonagem terapêutica, o embrião clonado, gerado pela transferência nuclear (um conglomerado de aproximadamente 100 células), é dissociado no laboratório para a obtenção das chamadas células-tronco (CTs) embrionárias, células pluripotentes, que dariam origem a todos os tipos de células do embrião. Essas células podem ser multiplicadas em cultura, mantendo essa capacidade de diferenciação quase ilimitada. Alterando suas condições de cultivo, pode-se induzir a diferenciação dessas células em tecidos específicos, como músculo, neurônios, hepatócitos e até óvulos e espermatozóides. Assim, as CTs embrionárias podem ser fonte de tecidos para transplantes. Nos últimos 15 anos, experimentos com CTs embrionárias de camundongo vêm demonstrando o potencial terapêutico dessas células diferenciadas in vitro. A utilização de um embrião clonado como fonte de CTs embrionárias permitiria a geração de tecidos geneticamente idênticos ao paciente, logo, imunologicamente compatíveis, eliminando-se o risco de rejeição do transplante.


Clonagem terapêutica. A partir de uma célula somática do paciente, é gerado um embrião clonado que, dissociado, dará origem a CTs embrionárias geneticamente idênticas ao paciente. Essas CTs embrionárias podem ser diferenciadas em tecidos específicos de acordo com a doença do paciente. (reproduzido de "Clonagem, fatos e mitos", Editora Moderna, 2002)

A capacidade de CTs embrionárias de se diferenciar em qualquer tipo de tecido representa um enorme potencial de aplicação médica. De acordo com dados do Centers for Disease Control and Prevention, nos Estados Unidos, aproximadamente 3 mil norte-americanos morrem todo ano de doenças que no futuro poderão ser tratadas com tecidos derivados de CTs embrionárias. Um passo importante nessa direção foi o estabelecimento de linhagens de CTs embrionárias humanas. Experimentos realizados com CTs embrionárias murinas poderão ser repetidos e adaptados para as linhagens humanas.

A geração de CTs embrionárias imuno-compatíveis através da transferência nuclear e seu uso terapêutico in vivo (a clonagem terapêutica) já foram demonstrados em modelos animais. Resta agora decidirmos se essa metodologia será utilizada em seres humanos. A obtenção de CTs embrionárias envolve obrigatoriamente a destruição do embrião (blastocisto - um embrião pré-implantação de 5 dias - basicamente um conglomerado amorfo de 100 a 200 células), o que em certas culturas/religiões é inaceitável. Por isso, a clonagem terapêutica tem sido tema de grande polêmica em diversos países, inclusive na Organização das Nações Unidas (ONU).


Em dezembro de 2001, a ONU decidiu elaborar uma Convenção Internacional Contra a Clonagem Reprodutiva de Seres Humanos, deixando claro que a clonagem como forma de reprodução de seres humanos é internacionalmente repudiada e uma ameaça à dignidade do ser humano da mesma forma que a tortura, a descriminação racial, o terrorismo etc. Durante as reuniões para a elaboração desse tratado internacional, com a participação de mais de 80 países, ficou clara a existência de um único consenso internacional: a clonagem não deve ser utilizada como forma de reprodução assistida em seres humanos.

Já a aplicação da ciência da clonagem na geração de embriões clonados para fins terapêuticos - a clonagem terapêutica - foi alvo de grande polêmica. Enquanto os EUA defendem os direitos do embrião a qualquer custo - apesar de todo dia destruírem legalmente centenas de embriões excedentes em suas clínicas de fertilização in vitro - países como Israel, China e Inglaterra permitem seu uso para fins terapêuticos. A posição norte-americana, apoiada pela Santa Sé, Itália e Espanha, é de que o processo de clonagem, e não o produto final - o clone humano -, deve ser internacionalmente banido. Mesmo que isso impeça o desenvolvimento de uma área promissora da medicina regenerativa. Essa é uma discussão complexa que envolve aspectos legais, éticos, culturais e religiosos, e que terá que ser decidida individualmente por cada país. O conflito de posições em relação à clonagem terapêutica foi tal, que até o final de 2003 impediu a elaboração da Convenção Internacional contra a clonagem reprodutiva.

Além dos dilemas ético envolvidos na destruição do embrião para a obtenção das CTs embrionárias, aqueles contra seu uso argumentam que, se permitida a geração de embriões clonados para pesquisa, isso abrirá uma brecha para a clonagem reprodutiva e surgirá um comércio de embriões/óvulos. Toda nova tecnologia está sujeita ao mau uso. Esse risco não justifica a interrupção do desenvolvimento daquela tecnologia. O que precisamos é de legislação e mecanismos de vigilância que nos protejam dos riscos do uso degenerado dos embriões/óvulos para pesquisa, sem impedir o avanço da mesma.

Finalmente, um argumento "científico" utilizado pelos antagonistas ao uso das CTs embrionárias para terapia de reposição de tecidos é que não há necessidade das mesmas uma vez que temos as CTs adultas, encontradas principalmente na medula óssea e no sangue do cordão umbilical e placentário, entre outros tecidos. Sem dúvida, as CTs adultas são uma fonte promissora e não-polêmica de tecidos autólogos para transplante. No entanto, ainda não podemos garantir que essas possuam o mesmo potencial de diferenciação que as CTs embrionárias. Assim, o momento é o de abrir o leque das pesquisas, investir em todos os tipos de CTs para determinarmos o potencial terapêutico de cada uma delas. Além disso, o que aprendermos com as pesquisas com as CTs embrionárias nos permitirá manipular as CTs adultas de forma a explorar toda a sua capacidade de trans-diferenciação.

Nos Estados Unidos o uso de embriões humanos, mesmo aqueles descartados nas clínicas de reprodução assistida, em pesquisas financiadas pelo governo é proibido. Essa posição é repudiada pela comunidade científica que, em 1999, se manifestou formalmente através de uma carta assinada por 67 cientistas premiados com o Nobel publicada na revista Science.

Por outro lado, como são permitidas pesquisas com CTs embrionárias estabelecidas antes da proibição ou através de financiamento privado ou estabelecidas em outros países, o National Institutes of Health (NIH) criou várias linhas de financiamento voltadas para o desenvolvimento das pesquisas com CTs embrionárias 58. Essas linhas incluem projetos voltados à diferenciação dessas células em diferentes tecidos; à compreensão dos mecanismos moleculares de totipotência e diferenciação das CTs embrionárias; à formação de pessoal qualificado (cursos de treinamento em cultivo de CTs embrionárias; bolsas para estágios em laboratórios que trabalham com CTs embrionárias); ao estabelecimento de bancos de linhagens de CTs embrionárias disponíveis a grupos de pesquisa, entre outros. Esse investimento reflete a importância dos estudos com CTs embrionárias, tanto aplicados quanto básicos.


No Brasil, a nova Lei de Biosegurança, aprovada pela Câmara dos Deputados no início de fevereiro de 2004, proíbe "a produção de embriões humanos destinados a servir como material biológico disponível". Por outro lado, permite a "clonagem terapêutica com células pluripotentes", o que é uma grande contradição já que a clonagem terapêutica, como já vimos, necessariamente envolve "a produção de embriões humanos destinados a servir como material biológico disponível".

Confusões conceituais à parte, é uma lástima que o país ceda às pressões de grupos religiosos e proíba de forma radical a pesquisa com embriões humanos. Concordo que este seja um material biológico precioso, mas a proibição total representa um atraso para o desenvolvimento da ciência no país. Poderíamos criar mecanismos de vigilância e legislações que permitissem esse tipo de pesquisa por grupos qualificados, credenciados de acordo com sua capacidade demonstrada na área - isso foi feito com muito sucesso em relação ao acesso a materiais radioativos, por exemplo. O Brasil perde uma grande oportunidade de ter uma vantagem competitiva na promissora área de pesquisa com CTs embrionárias. A permissão controlada nos tornaria líderes nesse tipo de pesquisa na América Latina, atraindo pesquisadores de outros países que nos ajudariam na formação de novos pesquisadores nessa área. Depois de tantos anos de investimento em pesquisa, temos os cérebros, temos a infra-estrutura - agora nos falta a lei.

Video Semanal: Discussão sobre as pesquisas com células-tronco